Reuniões Pedagógicas

A Equipe Diretiva, juntamente com o grupo dos Professores e, por vezes, também os Funcionários, tem realizado as Reuniões Pedagógicas.

Ao longo do primeiro semestre, foram vários os assuntos tratados. Um dos principais é a questão da Repetência e Evasão.

Na reunião realizada no dia primeiro de junho, foi iniciado um estudo mais teórico, com algumas estatísticas sobre a temática.

[ ... ] O fracasso escolar não existe, o que existe são alunos fracassados, situações de fracasso, histórias escolares que terminam mal. Esses alunos, situações, essas histórias é que deveriam ser analisados, e não encarados como algum objeto misterioso, ou algum vírus resistente, chamado repetência ou fracasso escolar. (Charlot 2000, p. 16)

Para o psiquiatra e educador Içami Tiba, o nosso sistema educacional não é funcional porque não alcança resultados. “Hoje o Ministério da Educação está na contra- mão da educação com a aprovação continuada que não avalia o aluno.”

Quer-se uma escola com o objetivo centrado na aprendizagem, não no ensino. Uma escola que encontre o caminho da aprendizagem, que trabalhe e considere as diferenças individuais, que estabeleça e respeite, na avaliação, os padrões de máximo e de mínimo, conforme o potencial de cada um. Abordagem esta, facilitada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), que dá liberdade às escolas inovarem, para fazer o aluno aprender.

A repetência escolar é um dos problemas mais agudos e mais sérios da educação brasileira. É um fenômeno complexo que reúne múltiplos aspectos. A espantosa realidade brasileira de repetência escolar está presente em todas as estatísticas publicadas em nosso país, sem possibilidade de ser ignorada.

Na América Latina, dados da Unesco mostram, entre nós, um elevado grau de repetência no 1º ano do Ensino Médio (54%), superando Colômbia (43,8%), Bolívia (38,4%), Peru (29%), e Paraguai (27,6%).

Uma pesquisa realizada pelo INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) constatou que no Brasil 35% dos alunos terminam as nove séries, 65% terminam só a 5ª série e apenas 3% concluem sem repetir.

É necessária a reflexão e discussão das questões levantadas, a tomada de consciência de todos que estão envolvidos no problema e que, todos fazem parte da solução. As causas do não aprender são várias e, portanto, a primeira questão é identificá-las, dando-lhes a seguir o tratamento conveniente.

A partir das reflexões e discussões realizadas durante a reunião, foi proposto que cada professor procurasse refletir sobre algumas questões. Inúmeros são os fatores intra e extra-escolares que influenciam para que ocorra a repetência. A seguir apresentamos algumas sugestões para reflexão:

* Que sentido faz a retenção do aluno?

* O que provocou?

* A falta de estudo?

* Imaturidade para acompanhar a série cursada seguinte?

* Problemas relacionados ao comportamento ou a falta de motivação para aprender?

* Que sinais de alerta deveria ser observados ao longo do ano letivo?

* Como está o meu processo avaliativo?

* Como está a minha metodologia?

* E a prática pedagógica?

* Que tentativas estão sendo feitas para evitar o desfecho da repetência e, por que alguns não resultam em sucesso?